De profundis

Na minha independência eu não gritei,

Como sabes de mim, apenas lhe imitei.

Descer aos poços da alma é um suplício...

Nem sei como ainda não é o meu ofício!

A dor de um dedo cortado não se iguala,

Pois a alma é que pesa como uma mala;

E igual uma âncora que prende ao fundo,

Sou eu que solenemente por ti me afundo.

A vida toda passa em nosso pensamento,

E como parece nos atrair um passamento,

Sofrer se torna carta magna do momento.

Os nossos caminhos desviados e perdidos,

Tudo que construí ao teu lado, escorridos

Nos meus olhos lacrimosos e escondidos.

Le Roy
Enviado por Le Roy em 03/07/2012
Reeditado em 03/07/2012
Código do texto: T3759212
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