INFERNO
Esse inferno, lugar de solidão,
é por vezes o céu em que eu habito,
onde as luzes eternas brilharão,
só quando for calado o último grito.
E a solidão, procura do infinito,
a forma mais real deste meu chão,
faz flutuar, alheio e esquisito,
o anseio que as manhãs jamais verão.
E o parco dos recursos, que aqui tenho,
aguento, sem franzir sequer o cenho:
– As brasas, sempre vivas, encobertas,
que queimam, descartadas as ofertas,
de todas e quaisquer outras saídas,
sem céu e sem razões desentendidas...
nilzaazzi.blogspot.com.br