NOITE MORTA!
 
 
Chegou como alguém que nada queria,
tal qual a onda que invade a terra...
Como o soldado que volta da guerra,
beijou-me (tanto) quase à asfixia!
 
Despiu-me de toda melancolia,
trazendo a esperança que me aferra.
E serenou o vento - quase encerra
mais um capítulo de m’agonia!
 
E, como veio, foi-se – à noite morta.
Saiu... Atrás de si, batendo a porta,
cavando o precipício onde me escondo...
 
Minh’alma, mergulhada no vazio,
atormentada, vive em desvario,
que a viver, por mim, já não respondo!
 

 
(Milla Barbosa Pereira)


Ótima Terça-Feira a todos!