O CÁLICE

As madrugadas atravesso em claro
Tendo este cálice por companhia
Sorvo d'angústia o paladar amaro
Nada mais fulge, nada me alumia

Quanto negrume verte meu suspiro
Essa lembrança, quando vem, magoa
Nenhum alento no horizonte miro
Somente um brado lastimoso ecoa

Devaneando nest'alcova escura
Vejo-me à beira dum abismo fero
Nem mesmo estrelas tem o céu... Nem lua!

A dor me cinge e se tornou clausura
Se regressares, meu amor, espero
Embebedar-me da meiguice tua



Preciosa interação enviada pela minha amiga Mariamar. Grato pela honra, poetisa!


JURA

Se nesse cálice te servir guarida
E se eu voltar para ti em acalanto
A angústia se dissolverá da tua vida

Teus devaneios serão então incandescentes
No céu de estrelas,a Lua resplandecerá
Iluminando o coração que foi ausente

Vou embriagar-te de amor puro
Ornar-te de doce meiguice,eu juro!