ANJO OU VADIA
O anjo, das vestes aladas se despiu,
Mãos postas e estáticas , liberou
Glamuroso rosto e libidinosos lábios revelou.
Eis que a fêmea, provocante, eclodiu.
O entorno penumbroso se abriu.
Sob vermelho o cabelo ocultou,
De carmim inteira boca contornou.
Em sensualidade, por completo se vestiu.
Agora, por fim, já não sei quem és:
Se aquele ser etéreo de vestal candura
Ou lascivante e pervertida criatura
Que a todos quer que lhe rastejem aos pés
À cata de volúpias que se dispõe a dar
A quem mais generosa paga lhe ofertar.