ANJO OU VADIA

O anjo, das vestes aladas se despiu,

Mãos postas e estáticas , liberou

Glamuroso rosto e libidinosos lábios revelou.

Eis que a fêmea, provocante, eclodiu.

O entorno penumbroso se abriu.

Sob vermelho o cabelo ocultou,

De carmim inteira boca contornou.

Em sensualidade, por completo se vestiu.

Agora, por fim, já não sei quem és:

Se aquele ser etéreo de vestal candura

Ou lascivante e pervertida criatura

Que a todos quer que lhe rastejem aos pés

À cata de volúpias que se dispõe a dar

A quem mais generosa paga lhe ofertar.

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 02/07/2012
Reeditado em 23/09/2012
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