UMA VOZ OUVI. Soneto-161.
Tarde cinzenta e cheia de nuvens escuras,
Sem uma simples réstia que o sol me negou,
Em desabafo quase a ponto de loucura,
Atrevi-me indagar o caos que a mim cercou.
Esmorecido com o pavor que me cercava,
Pude sem querer notar uma pequena luz,
E uma voz aos meus ouvidos despertava,
Filho não desanime carregue a sua cruz.
Eu também passei por isso aqui sozinho,
Empoeirei e feri meus pés nesses caminhos,
Passei fome e frio sem ninguém a recorrer.
Ultrajaram-me e dilaceraram-me o coração,
Fui ferido e maculado até por meus irmãos,
Nem existias ainda, mas fiz isso por você.
Cosme B Araujo.
29/06/2012.