Catarse

À noite, flamejando sobre o teto

Da casa destelhada, sombras vejo

Com dentes afiados, com lampejo

Nos olhos vampirescos, ressurretos.

Arranha no meu sono o som discreto

Das garras, dos vagidos, dos arpejos

Das horas retesando o mesmo pejo

Sentido pelo horror. Eu vou quieto

Olhar além das frestas e cortina.

E os cantos mais remotos da pensão,

Devolvem os meus gritos na neblina.

E passo do terror a grande susto,

Quando vejo o sorrir da assombração,

Nos vitrais que refletem o meu busto.