Soneto delirante

Vi um cavalo, estou certo

de crinas esvoaçantes

galopando num deserto

de areias escaldantes...

E nesse cavalo, montada

seguia uma linda criatura

de pele morena, desnudada

contrastando com a alvura...

E esse galopar incessante

tornou a moça ofegante

esgotada e com ar tristonho!

E eu dei por mim nesse instante

em que acordei, delirante,

vendo que tudo era um sonho...!

Jacinto Valente
Enviado por Jacinto Valente em 09/02/2007
Reeditado em 18/02/2021
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