Tinturas do Luar
Expira o céu bebendo a serenata
De rendas estelíferas, de alvuras,
Regendo quem sentiu de sua nata,
A doce sensação das musas puras.
Vagando, e pelo pranto se arrebata
No âmbar que prendeu lá nas alturas
O lírio branquejado em leite e prata,
Que beija do luar, sutis canduras.
É o leito das esferas, dos amantes,
Brotando boreais, tece o fardão
Das luzes mais contidas, mais arfantes.
E quem colheu luar, jamais se atreve
Ficar com que sentiu na sensação.
O pobre coração é quem lhe deve!