ATROPELO
Nunca me amou, aquele que dissera
que me amaria sempre. Foi um sonho.
Visão que traz a luz da primavera,
no entanto passa e deixa um frio medonho.
Mas não existe amor – e sou sincera! –
de uma ilusão as dúvidas exponho...
Porém a dor, a fibra, nos tempera,
para enfrentar truísmos enfadonhos.
E quando vejo um par de namorados
estico a vista, procurando ao certo
outras questões para entreter a mente.
Enquanto a vida segue surdamente,
o coração espia, chega perto,
solta um suspiro e morre atropelado.
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