VINÁCEA PERDIÇÃO

Deslizo mansamente os dedos no teu rosto
Respiro, jubiloso, adocicado aroma
Revela-se a paixão, trago no olhar sintoma
Anseio apreciar o inebriante gosto

Vinácea perdição prediz teu fino mosto
Famélica lascívia ao pensamento assoma
De ardência sinto ser meu coração redoma
Percebo este pudor vivente em mim transposto

Desejo te cobrir de mágicas blandícias
Teu corpo arrepiar desde as gentis primícias
Tornar brandos lençóis de calidez recanto

Que infestem nosso leito afagos sedutores
Que luzam da luxúria as aprazíveis cores
Mirífica expressão do afeto que decanto