Suspiros Noturnos

É quando as estrelas ciscam no horizonte,

Nos ângulos agudos, nas pulsões geladas,

Desaguando o luzeiro em poças prateadas,

Ao roçar o tinteiro escondido na Fonte.

E a lousa de veludo escuro atrás do monte,

Traz brincos de vermelho e chamas azuladas,

E velas de amarelo, e brancos das lufadas

Que ao peito se recolhe até que o céu desmonte

A música noturna em nova serenata,

Da Lua recoberta, enquanto sua prata

Ao lado das querências, pranteia e delira

Em flores estelares - fósforos brilhantes,

Acesas nos olhares, no beijo dos amantes,

Refletem as esferas que no amor expira.