O medo das crianças.

Como uma planta eu vou crescendo,

Mas pisam em mim e fico deformada.

Quem tem o direito de me impedir se sendo

E não tendo é que vou ficar datada...

Sou uma poesia e um poeta, um revolucionário

E a força que me desampara é vil.

Sou uma criança desamada por um otário,

Um infame que a puta aqui pariu...

Sou um menino perdido que precisa de amparo,

Uma flor tirada do caule

E que, por isso, murchou mais cedo...

Sou a esperança que disparo

O tiro de largada para que se fale

Da corrida dos heróis contra o medo...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 29/06/2012
Código do texto: T3751620
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