O medo das crianças.
Como uma planta eu vou crescendo,
Mas pisam em mim e fico deformada.
Quem tem o direito de me impedir se sendo
E não tendo é que vou ficar datada...
Sou uma poesia e um poeta, um revolucionário
E a força que me desampara é vil.
Sou uma criança desamada por um otário,
Um infame que a puta aqui pariu...
Sou um menino perdido que precisa de amparo,
Uma flor tirada do caule
E que, por isso, murchou mais cedo...
Sou a esperança que disparo
O tiro de largada para que se fale
Da corrida dos heróis contra o medo...