Os poucos poemas de amor que escrevemos

Os poucos poemas de amor que escrevemos

Para você, mulher, não justifica a violência

Com a qual te tratamos desde o início.

Não explica a miséria com a qual te cercamos.

Cleópatra, Joana d’darc, putas, bruxas,

Mães, 146 operárias em uma fábrica em chamas,

Amantes, embora nos tenham dado tudo o que possuíam

Não retribuímos com bondade ou doçura.

Vocês foram violentadas, sodomizadas

Pelos homens dos séculos, foram as maiores vítimas

De qualquer guerra, perderam noivos, irmãos,

Maridos, pais, filhos, foram usadas pelo conquistador,

Dizimadas juntamente ao concreto das cidades e ao fim

Tiveram que reconstruir o mundo com o útero.

Daniel Barbosa
Enviado por Daniel Barbosa em 28/06/2012
Código do texto: T3749789
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