EFÊMERA VIDA
Num turbilhão de dias, o tempo passa
E vai deixando marcas em nosso rosto;
Algumas mais profundas de desgosto
Dos dias que vivemos tão sem graça;
O corpo, então, vai perdendo o gosto
Da força, servida em tão doce taça,
Na juventude que, tal como a fumaça,
Se foi, deixando somente o oposto...
A alma que, do corpo era tal chama,
Agora, dele somente reclama,
Não suportando mais seus enredos;
Tudo se esvai na brisa passageira...
E a vida, de repente e sorrateira,
Se escoa pelos vãos dos nossos dedos.