SE FOSSE

Se fosse pra contar os obstáculos
A chuva, o choro, os tchaus pelo caminho,
Se desse pra juntar todos os cálculos
Que o próximo atirou-me – meu vizinho...

Se fosse anotar os espetáculos
E dissimulações rubras – qual vinho,
E as lavras viperinas – com tentáculos –,
Querendo macular a alma linho.

Não mais caminharíamos ao pódio,
Teríamos rancor, inveja, ódio,
E muita amargura e desenganos...

Aqueles que olharam para trás,
Não poderão dizer qual nós – jamais:

Enfim a caminhada já chegamos...”

In Sonetos Peregrinos – 16/11/11

 
Obs: Esse soneto faz parte da coletânea que estou escrevendo baseado em meu poema "A Grande Jornada". Cada verso itálico em aspas corresponde um verso do poema.
Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 27/06/2012
Código do texto: T3748577
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