SE FOSSE
Se fosse pra contar os obstáculos
A chuva, o choro, os tchaus pelo caminho,
Se desse pra juntar todos os cálculos
Que o próximo atirou-me – meu vizinho...
Se fosse anotar os espetáculos
E dissimulações rubras – qual vinho,
E as lavras viperinas – com tentáculos –,
Querendo macular a alma linho.
Não mais caminharíamos ao pódio,
Teríamos rancor, inveja, ódio,
E muita amargura e desenganos...
Aqueles que olharam para trás,
Não poderão dizer qual nós – jamais:
“Enfim a caminhada já chegamos...”
In Sonetos Peregrinos – 16/11/11
Obs: Esse soneto faz parte da coletânea que estou escrevendo baseado em meu poema "A Grande Jornada". Cada verso itálico em aspas corresponde um verso do poema.