Ressaca

Na solidão dolorida e silenciosa das horas vagas,

Olho o mar e o vai-e-vem eterno das suas vagas;

Penso na sorte de não ter a vida cheia de mágoas

E saber que nessa vaga vida tu nunca me magoas.

O som nessas horas minhas é o que não se destoa,

Deixando vagar minha mente e me mantém à toa;

Assim eu vou remoendo pensando se me perdoas

Por ter partido teu coração igual como amêndoas.

Vagando na solidão sou igual um barco à deriva,

Olho e não vejo motivo de ter ao lado alma viva;

Isso, eu sei, é uma alegria que a solidão me priva.

As vagas vêm e vão e fazendo espumas de sabão,

Que de inconstantes não fazem nenhuma duração;

Diferente desse vago sentimento em meu coração.

Le Roy
Enviado por Le Roy em 27/06/2012
Código do texto: T3748511
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