DO PEQUENO FRASCO...

Não tenho leme ou guia, sou rastro teu,

Prova viva de que o amor se evapora,

A sua essência que de mim foi embora,

Qual a fragrância, última rés que viveu.

Conteúdo que antes inebriava em flora,

Só deixou o frasco, cacos, que me fere,

Que em meio aos apegos não jogo fora,

Mesmo sendo pequeno ainda interfere.

Traz-me a lembrança do doce perfume,

E dos lindos olhos que me foram o lume,

Que refletiam nos meus os tons do amor.

Hoje, em ressecado vidro, frasco vazio,

Contrasta com o nascer dos olhos, rios,

Sem perfumes, rastros, leito, minha dor.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 27/06/2012
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