DO PEQUENO FRASCO...
Não tenho leme ou guia, sou rastro teu,
Prova viva de que o amor se evapora,
A sua essência que de mim foi embora,
Qual a fragrância, última rés que viveu.
Conteúdo que antes inebriava em flora,
Só deixou o frasco, cacos, que me fere,
Que em meio aos apegos não jogo fora,
Mesmo sendo pequeno ainda interfere.
Traz-me a lembrança do doce perfume,
E dos lindos olhos que me foram o lume,
Que refletiam nos meus os tons do amor.
Hoje, em ressecado vidro, frasco vazio,
Contrasta com o nascer dos olhos, rios,
Sem perfumes, rastros, leito, minha dor.