O Castelo

Quem percebe no além da forma fria,

Percebeu que na sombra junguiana

Há fermento que impede a alma humana

De saber se a si mesma conhecia.

É a porta do castelo, e soberana

Quando o eu verdadeiro nem sabia

Existir algo além, que nunca havia

De viver essa vista tão insana.

E jura conhecer... já se perdeu...

Pois quem pensa o pensar, espera o eu,

Mas tromba o pensamento em seu lugar.

Que não pode calar o mar corrente,

De que o ser mergulhado no presente,

É um sonho que persiste em não passar.