Esperança

Padecendo os sintomas da loucura,

Esse ser que dormita em sendas claras;

Imagina o sofrimento e dá-lhe caras,

Qual se fosse o sentir que não tem cura.

Sempre soube que além da noite escura

Se escondem turbilhões de luzes raras,

Desenhando no pranteio das escaras

O celeste almejado na procura.

Nessa estrada diversa, vi bem perto

O caminho a viver, mas o incerto,

Era a luz que faltava no arrebol.

Dissipando o destino da neblina;

Quando o véu da ilusão enfim reclina,

Surge a alma escondida atrás do Sol.