Dardo imaculado.
Amor é uma faca de ponta contra o peito.
Quem firme segura, não se fere.
Mas quem descuida, não tem jeito.
A ponta espeta e na pele adere.
Apunhalados nesse tempo eu encontrei.
Uns quedados, feridos, com abissal mácula.
Outros num alarido, abobadados! Bem sei.
Com uma auréola brilhante de sol, qual fácula.
Sabemos com o tempo que haverá cicatrizes,
Ou então apunhalados seremos sempre felizes.
Não há antídoto, este é o postulado.
De berço trazemos este dardo imaculado.
A nobre saudade em brilho quase amainado,
É vestígio de um amor enlutado, não cicatrizado.
Mágoa por quê? Porque foste espetado?
Há! Quantos desejam ter o peito rasgado...