Trevas d'alma
Nesse mundo vivo eu apenas de azáfama.
Eu que não busquei viver da deusa fama,
Sinto orgulho de me chafurdar na lama,
Aliviando a dor que quase me desalma.
Somente penso em ti minha nobre alma
Que às vezes chego até perder a calma.
E o ardor na minha calejada palma,
É de fazer da lama a minha cama.
Nem por um dia eu perco a esperança
Que ainda vou rever a tua loura trança;
Provar que quem ama sempre alcança.
Quando eu te perdi o sol perdeu sua chama.
Nas noites frias só a lama que me chama...
Me perdi, ébrio, hoje sou uma semialma.