TEU DEZEMBRO EM MEU AGOSTO

Endezembraste, então, o agosto triste

de minha vida, lento e permanente,

com tuas cores, luzes e ar clemente

e me inspiraste o bom do bem que existe.

E pela intensa força que me deste,

ergui palácios áureos com requinte

na espera da felícia mor seguinte

ao amanhã do justo em paz celeste.

E na delícia de alvo sonho brisa,

em que leveza n'alma se energiza,

segui tocando à tua partitura.

Mas o natal presente em teu dezembro

não resistiu aos ventos, bem me lembro,

do eterno agosto meu de enfado e agrura.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 26/06/2012
Código do texto: T3745114
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.