TEU DEZEMBRO EM MEU AGOSTO
Endezembraste, então, o agosto triste
de minha vida, lento e permanente,
com tuas cores, luzes e ar clemente
e me inspiraste o bom do bem que existe.
E pela intensa força que me deste,
ergui palácios áureos com requinte
na espera da felícia mor seguinte
ao amanhã do justo em paz celeste.
E na delícia de alvo sonho brisa,
em que leveza n'alma se energiza,
segui tocando à tua partitura.
Mas o natal presente em teu dezembro
não resistiu aos ventos, bem me lembro,
do eterno agosto meu de enfado e agrura.