MIMETIZANDO...

Não há barreiras cujas delimitações

O pensamento não as possa ultrapassar,

Não haveria em mim herméticas emoções

Que a saudade não as pudesse arrebentar.

No céu não há sequer uma constelação

Que à noite escura não a possa iluminar!

Sequer da aurora um flashe de inspiração

Que a poesia não o possa espocar.

Qual voo raso ao horizonte em precisão

Cuja impressão jamais podemos alcançar,

Me lanço ao verso sempre em aliteração

Repetição do meu fonema a ressoar...

Se a solidão é grito mudo em constrição

Seja a poesia a voz gritante a libertar.