MEU CANÁRIO BELGA
Era um canário belga na gaiola,
Que eu tinha na inocência de menino.
Eu via nele escrito o meu destino:
Viver só pra ele e sair da escola.
Mas minha mãe, na mão, chinelo em sola,
A mim partia, que sempre fui sem tino.
E eu rogava, rogava ao Pai divino:
Só queria o canário e minha bola.
Mas o destino veio como quis!
Meu canário fugiu, voou feliz...
Eu me fiz um poeta que me invade.
Quem me dera, de volta, àquelas trilhas?
Eu brincava inocente... maravilhas!
Hoje eu me prendo aos versos... ninguém há-de!