NEGRUME
Lílian Maial
________________________________
Teus olhos – duas pérolas-sementes,
Tão negros, que a graúna empalidece,
São luas, a sorrirem de contentes,
São lagos, de represa que anoitece.
De dia, qual farol de um mar latente,
Que acende, ilumina e entontece,
De noite, doce archote incandescente,
Ardendo o meu querer, que tanto cresce.
Por dentro desses olhos de promessa,
Nos cílios, equilibram-se vontades,
Desejos que, eu, poeta, decifrei.
No mar de escuridão, velas dispersas,
Meus olhos, procurando outras metades,
Soçobram, nau dos teus, onde ancorei.
_____________________________________
Lílian Maial
________________________________
Teus olhos – duas pérolas-sementes,
Tão negros, que a graúna empalidece,
São luas, a sorrirem de contentes,
São lagos, de represa que anoitece.
De dia, qual farol de um mar latente,
Que acende, ilumina e entontece,
De noite, doce archote incandescente,
Ardendo o meu querer, que tanto cresce.
Por dentro desses olhos de promessa,
Nos cílios, equilibram-se vontades,
Desejos que, eu, poeta, decifrei.
No mar de escuridão, velas dispersas,
Meus olhos, procurando outras metades,
Soçobram, nau dos teus, onde ancorei.
_____________________________________