ESTUPOR
Já não há para mim qualquer poesia;
não sei, nem mesmo, se ainda existe prosa
ou se a mente findou tola e vazia,
sem mais lembrar que fora habilidosa.
Não há palavra que me valha um dia,
nem há rimar, nem rima milagrosa,
que vá curar a dor mais arredia,
esta tristeza que ora me desposa.
Que vida é essa? Vida que afeiçoa
a imensa força sobre todos nós,
mas não nos diz o que fazer, após
ter sucumbido aos seus ardis e loas...
– Por que me prende a este mundo lasso
e assim me faz saber do meu fracasso?
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