O CASULO
O casulo, por sua natureza,
Parece um embrião, um tanto chato;
Mas quer ter vida nesse mundo ingrato,
Quer dar vida sã, a algo, com beleza.
Em tudo reina a paz e, com firmeza,
A lagarta cria asas e, de fato,
Recuada, só e sem aparato,
Só quer ser borboleta, com certeza.
Dado a isso, a natureza comovida
Abre-lhe os braços à transformação.
O feitio logo quer nascer... num pulo.
Mas só aos poucos vai ganhando vida.
Fazendo-se valer tal intenção,
Nasce algo, são e lindo, do casulo.