O CASULO

O casulo, por sua natureza,

Parece um embrião, um tanto chato;

Mas quer ter vida nesse mundo ingrato,

Quer dar vida sã, a algo, com beleza.

Em tudo reina a paz e, com firmeza,

A lagarta cria asas e, de fato,

Recuada, só e sem aparato,

Só quer ser borboleta, com certeza.

Dado a isso, a natureza comovida

Abre-lhe os braços à transformação.

O feitio logo quer nascer... num pulo.

Mas só aos poucos vai ganhando vida.

Fazendo-se valer tal intenção,

Nasce algo, são e lindo, do casulo.

Roberto M Braga
Enviado por Roberto M Braga em 21/06/2012
Reeditado em 09/06/2013
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