O DESTINO
O moço seguia em caminho sombrio,
na noite chuvosa de nuvens pesadas...
Com negros capote e capuz, arredio,
pisando o prateado das ruas molhadas...
Os raios, trovões assombrando o vazio
das vias desertas, à sorte deixadas...
O vento cravando nos ossos o frio,
que entrava por poros das mãos calejadas...
E trôpego, fraco, cansado, sem prumo,
porém renitente, fazia seu rumo,
cumpria, no escuro, o labor peregrino.
Ninguém há de crer! Oh, que louca magia!
Tremenda surpresa assolou-me este dia:
Na forma de um homem, eu vi meu destino!