FLORES SECAS

Fugiu dos olhos meus toda a viveza
No dia em que deixaste nossa cama
Chorei, ao ver minguando aquela chama
Que nos iluminava outrora, tesa

Sem norte, o coração vive qual presa
Das lôbregas voragens desse drama
Dolente, insiste aos brados e reclama
Lamúrias sobrevivem na incerteza

Tem sido a solidão demais severa
Escutes o clamor de quem venera
De teus formosos lábios os licores

No quarto, nosso mágico retiro
Perfumes divinais não mais respiro
Somente restam ressequidas flores