LÚGUBRE
Queimando de calor na plúmbea máscara,
o ser se arrasta fraco e só e cético...
Forjando em cerne o bruto cobre, a cáscara,
expele-o no disfarce azedo, acético.
Jamais em seu sentido o olor do sândalo...
Tampouco bem de canto em sonho mágico...
Apenas o estridente e insano escândalo
gritado em meio ao cheiro mau do trágico.
Vertendo choro viúvo em cama alvíssima,
sofrendo ausência de alma par puríssima,
o ser se assombra e treme em medo crônico...
E no íntimo de vias assimétricas,
sepulta em emoções mortiças, tétricas
os restos de um viver demente, agônico.