PLUVIOSIDADE

Fagner Roberto Sitta da Silva

No quarto, imerso pela chuva, leio

poetas conhecidos, mas com ar

de quem se encontra num imenso mar

de novidades, canções e enleio.

Mas eis que deixo o livro ao meio

e, como um estrangeiro com olhar

ávido, sigo a trilha do encontrar

pelo meu mundo, não em campo alheio.

Mas a arte existe porque a vida não

basta e correr do que se mostra fútil

é sempre norma e grata obrigação.

Tardes de chuva são assim, perfeitas

para o velho cultivo de algo inútil

e dispersar as ilusões desfeitas...

Garça, 19 de junho de 2012.

Fagner Roberto Sitta da Silva
Enviado por Fagner Roberto Sitta da Silva em 20/06/2012
Reeditado em 20/06/2012
Código do texto: T3734216
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