Soneto de Graça

Subitamente calam-se os insanos;

A chuva corre pelo chão plumoso;

O Rio desemboca ao Mar formoso...

À convergência trágica dos planos.

Subitamente abaixam-se dois panos

Que escondem o espetáculo ditoso;

Em seu claustro tão cômico e brilhoso,

Chora o palhaço... Em súbitos vesanos.

Porém a Graça, mágica do Mundo,

Matiza o Tempo sádico, profundo.

O Vento abraça as Folhas na varanda...

Qual uma imbele Flor sobre um sepulcro;

Entre horrendas visões d'um Mundo pulcro;

A Graça é fatalmente rara e branda.

*Decassílabos no ritmo heroico

18/06/2012

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 18/06/2012
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