O preço do progresso
Agora, ao percorrer suas estradas,
tristonho vejo, a se perder de vista,
desnudas terras, pobres, desmatadas,
vítimas tristes de cruel conquista.
Minh’ alma sente, então, a nostalgia
que além se espalha e vai pela planura,
provindo, sempre, da monotonia
dos eucaliptais, ganhando altura.
Saudades sinto do torrão distante
do campo aberto, belo e verdejante,
da mata virgem e da pradaria!
Eis, afinal, o preço do progresso:
desesperança em obter regresso
ao esplendor que desfrutara um dia.
Brasília (DF), março de 2012.