INSTINTO DE QUERER

Doce silêncio que sussurra às madrugadas...

Manhãs floridas de voejantes passarinhos...

Ah, quanto encanto em tardes frescas e douradas...

E noites plenas de luar e olor marinhos...

Na exuberância desta vida tão perfeita,

meu coração e as emoções se fazem ledos...

Porém, no fundo de minh'alma insatisfeita,

fervilham, doidas, mil querenças, meus segredos...

Porque as belezas que aprecio não são minhas.

Embora goze-as, não as tenho, não domino.

É meu instinto de querer, de acumular...

Humanidade de ambições brutais, daninhas!

Oh, quem me dera um dia alçar-me ao dom divino

de ser, apenas ser... e nada desejar.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 18/06/2012
Código do texto: T3730503
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