Ruas Tumulares
Por essas ruas calmas, tumulárias,
Ruas de cruzes e anjos macilentos,
Perco-me contemplando os monumentos
Na solidão das campas mortuárias.
Recordam-me essas ruas solitárias,
As procissões de antigos saimentos,
Antífonas, incensos, ornamentos,
E a pompa das carruagens funerárias.
Ruas de olvidamento, de memória,
São essas ermas ruas que hoje vejo,
Ruas que guardarão a minha história;
Pois, nessas mesmas ruas algum dia,
Eu passarei levado em um cortejo,
Sem pompa, sem grandeza, sem poesia.
24 de fevereiro de 2012
*Reescrito em Agosto de 2024.