Ruas Tumulares

Por essas ruas calmas, tumulárias,

Ruas de cruzes e anjos macilentos,

Perco-me contemplando os monumentos

Na solidão das campas mortuárias.

Recordam-me essas ruas solitárias,

As procissões de antigos saimentos,

Antífonas, incensos, ornamentos,

E a pompa das carruagens funerárias.

Ruas de olvidamento, de memória,

São essas ermas ruas que hoje vejo,

Ruas que guardarão a minha história;

Pois, nessas mesmas ruas algum dia,

Eu passarei levado em um cortejo,

Sem pompa, sem grandeza, sem poesia.

24 de fevereiro de 2012

*Reescrito em Agosto de 2024.

Derek Castro
Enviado por Derek Castro em 18/06/2012
Reeditado em 15/08/2024
Código do texto: T3730375
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