«Todos os seres humanos experimentaram vidas anteriores. Quem sabe quantas formas físicas o herdeiro do céu ocupa, antes que ele possa compreender o valor daquele silêncio e solidão, cujas planícies estreladas são apenas a antecâmara dos mundos espirituais?»
(Honoré de Balzac, 1799 - 1850)
(Honoré de Balzac, 1799 - 1850)
OCEANOS DO TEMPO
Há um mistério, não consigo desvendar,
Que sinto me acompanha de outras vidas,
Pelos séculos me senti deambular,
Revelando-me a cada manhã nascida.
No oceano do tempo ouvia: «Vem por aqui!»,
E minh’ alma, pensava: «O Longe eu amo,
Lá encher-me-ei de luz!» E não ia por ali,
Ansiava p'la árvore da qual era ramo…
Cada lugar que passei na travessia,
Senti que vozes e rostos conhecia…
Indizíveis vivências me acompanham,
Não consigo expressá-los em viva voz,
Esses oceanos do tempo que banham
O meu caminho, da nascente até à foz…
Ana Flor do Lácio