TENHO PRESSA
Te espreito atrás do muro da igreja
Com o ardente amor que em mim não cessa
E tu me falas logo sem peleja
— Hoje eu não posso, eu tenho pressa
Envolvo-te com carinho em meus braços
E fico a imaginar que a hora é essa
Procuras libertar-te dos abraços
A repetir confusa: — Tenho pressa
Te beijo a face, a nuca e depois os seios
E vou descendo em brasas e canduras
a levantar tua saia com meneios
Vibramos na paixão — é amor à beça!
E entre uis e ais tu me murmuras:
— Amor, não pare, eu tenho pressa
© Fernando Tanajura