Vitae Noturna
Na noite tudo sempre se mistura,
Nela nenhuma figura fica pura,
Da mais simples criatura divina
Até a mais sórdida e sovina.
Que todo gato a noite é pardo,
Para todos já se tornou um fardo,
O que importa é o que nos rodeia,
Para sabermos quem é que nos odeia.
O medo da noite hoje nos permeia,
Porque sabemos que volta e meia,
O maior dos males se alardeia.
A pessoa que é má, quando no escuro,
Muitas vezes destila um ódio puro,
Mas finge que seu coração não está duro.