ASAS DE FERRO
Adejo no céu de mentira,
com véu de ilusão embaçando
o aspecto feroz e nefando
da vida que em chagas delira...
Eu sonho dulçor de ternura
que pinga leveza, chovendo
no meu ser de dentro pudendo
e engano-me a dor que supura...
Porém, não perduram quimeras...
Cansado de atar-me às esperas,
prossigo nos trilhos retortos...
Ardendo no inferno em que encerro
meu anjo com asas de ferro
e penas de pássaros mortos...