ASAS DE FERRO

Adejo no céu de mentira,

com véu de ilusão embaçando

o aspecto feroz e nefando

da vida que em chagas delira...

Eu sonho dulçor de ternura

que pinga leveza, chovendo

no meu ser de dentro pudendo

e engano-me a dor que supura...

Porém, não perduram quimeras...

Cansado de atar-me às esperas,

prossigo nos trilhos retortos...

Ardendo no inferno em que encerro

meu anjo com asas de ferro

e penas de pássaros mortos...

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 16/06/2012
Código do texto: T3727109
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