velho lampião
VELHO LAMPIÃO
Conchegava-se a fresca da noitinha
ao portal da minha querência,
onde sobranceava um lampião que vinha
me acompanhando na vida a eflorescência.
Tremeluzia e me olhava das trevas do tempo
condoído pela dor que o peito me resserra,
como se quisesse na chama me passar alento,
me esbrazear a alma,quedar-me nessa terra.
Nas minhas penas,o mais sincero confidente;
quando eu flanava,desatinado no meu lenho
uma réstia,na lúrida escuridão se fez nitente.
Hoje uma débil luz no lampião se faz presente
e não me importo mais se não a tenho,
vou me aquerenciar num brilho onipotente!