Anacrônica
 
Em tempos só de amores descartáveis,
voláteis, como chamas de um isqueiro,
(império do fugaz, do passageiro)
carentes de carinho, ações afáveis,
 
cultivo sonhos, tantos, improváveis,
de alguém, que seja terno e companheiro,
até no meu suspiro derradeiro,
mas vivo em dias vis e miseráveis.
 
E andejo só, sem rumo, sem destino,
buscando o inexistente neste mundo,
violento e tão cruel, demais ferino.
 
Eu vivo mergulhada nesse abismo,
sem fim, do imenso tédio, que é oriundo
do meu viver em pleno anacronismo.
 
Brasília, 14 de Junho de 2012.
Sonetos Diversos, pg. 49

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 14/06/2012
Reeditado em 22/08/2020
Código do texto: T3724576
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