Quase irreal
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É cediço que a firme sedição
cede a cada novo golpe forjado.
Quem trai não ama; é por certo desalmado,
buscando no outro o vazio d’uma ilusão.
O corpo de ardente beleza, cálido,
atraído pelo cheiro, erguendo o monstro,
é o portal da quimera que demonstro.
Sinto pela língua, o toque: meu hálito.
Os suores por instantes até mudam;
as bocas, ansiosas, querem mais, mais...
Sem as vestes, somente se desnudam.
Mas o tempo, arrefecendo o que apraz,
tira-nos do sonho após o estalo.
Vestem-se... Há breve pausa e me calo.
Nijair Araújo Pinto
Crato-CE, 3 de setembro de 2010.
08h46min