Quase irreal

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É cediço que a firme sedição

cede a cada novo golpe forjado.

Quem trai não ama; é por certo desalmado,

buscando no outro o vazio d’uma ilusão.

O corpo de ardente beleza, cálido,

atraído pelo cheiro, erguendo o monstro,

é o portal da quimera que demonstro.

Sinto pela língua, o toque: meu hálito.

Os suores por instantes até mudam;

as bocas, ansiosas, querem mais, mais...

Sem as vestes, somente se desnudam.

Mas o tempo, arrefecendo o que apraz,

tira-nos do sonho após o estalo.

Vestem-se... Há breve pausa e me calo.

Nijair Araújo Pinto

Crato-CE, 3 de setembro de 2010.

08h46min

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 14/06/2012
Código do texto: T3723932
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