À SOMBRA DE UM SONETO
Odir Milanez
Penso um soneto e paro, com receio
de ser igual a carta descartada,
dessas cartas que escrevo e só eu leio
para não ser de todo rejeitada.
Temo entendê-lo desprezado. Creio
ser meu soneto flor da madrugada,
quando param das letras o passeio
e tudo passa em passos de ser nada!
Subscrevo saudades, mas o medo
de versar volições que não se vê,
me leva a ser poeta mudo e quedo.
Penso um soneto e paro. Para quê
ser confesso de amor nalgum segredo
que só eu leio e mais ninguém o lê?
Então disfarço e faço esse arremedo
de soneto, que sei, não vê você...
JPessoa/PB
13.06.2012
oklima
Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e o versa versos d'amor...
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Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e o versa versos d'amor...
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