INSTANTÂNEO
Prossigo a minha estrada, no correr dos dias,
a tudo indiferente, sem tristeza ou festa.
A folha de papel é tudo que me resta,
encher com meus rascunhos, as linhas vazias.
Não sei imaginar mais que proeza é esta,
buscar dissolução das formas arredias
e nestes meus rabiscos esquecer das guias
e da sabedoria que o passado atesta.
Seguir sem vãs lembranças, recriar a lida,
erguer a cada passo o pé da caminhada,
pisar a nova estrada sem saber de nada;
um gesto que desfia a ilusão perdida
e ajusta o contratempo de qualquer percalço:
– um modo de escrever, inútil, tolo, falso!
nilzaazzi.blogspot.com.br