DESMEDIDA

Ah, se eu tivesse, em vez dessa certeza,

um desquerer qualquer, que me valesse,

razão que não me fosse igual; bem esse,

um vasto amor, com fúria que se apresa;

mar revoltado, em ondas revertesse:

em luz que se dá brilho, antes de acesa,

em chama que nos arde a natureza

e a força que nos mora fosse haver-se...

E o mar engole e cospe; é ou não é

o mundo de nós mesmos, feito avesso

de um outro que nos vive, por tão forte,

se é! Se pode algum de vez ter fé,

por mim já está decerto ou estremeço,

só de pensar que ao tudo é qual um norte.

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