Feiticeira!
Venho da noite demorada que me achaste
Vagando sem rumo à procura da alvorada
Do céu ignoto entre nuvens deslumbradas
Dúbia menina feiticeira, mulher enfeitiçada.
Das profundezas de um oceano não sonhado
Das densas brunas onde a luz jamais penetra
Do fogo ardente nascido nas cinzas apagadas
Ave ferida em busca de um ninho rejeitado.
Das fontes d’águas que molham o horizonte
Das tramas geladas de uma alma petrificada
Dos altos montes de um coração crucificado
Do escaldante deserto que a morte é cantiga
Norteada pela lida ansiosa a inundar-te a vida
Carrego doce feitiço a segredar-te ao ouvido.
Luzia Ditzz
Campinas, 08 de junho de 2012.