Tarot

Via o Alto na Bauru em que me via

transplantar os sentidos deflorados,

numa cruz que cingira os condenados

pela luz que jamais enxergaria.

E andava quieto e zonzo, pois queria

os prazeres dos Arcanos revelados,

mas não pude serenar secretos dados

que nas mãos do Destino, jogaria.

O tarot do meu peito disse em vão,

“como vai consagrar teu coração,

quando tudo à pequenez se escondeu”.

Mas sabia do sabor de estar sozinho;

andarilho a perder-se no caminho,

e encontrar-se no castelo de algum “eu”.