A GUERRA INTERNA DO POBRE TRISTE

Deflagra guerra a angústia que lateja em lava

nos veios fundos, férvidos do humano triste

que não se sabe inteiro, ou que sequer existe

no exposto gosto acético em vivência cava.

No cerne, fero embate; forja em sina escrava

derrete orgulhos, sinos de decência em riste

e molda o pobre ausente, que no entanto insiste

em carregar as flechas de ilusão na aljava.

Ligeiro, segue adiante bravo e frágil ente,

o incêndio nalma aflita não lhe estorva a frente,

carrega à face antolhos férreos que o dominam.

E assim, selado, arreios todos, ferraduras,

não tendo tempo para as próprias sangraduras,

abafa a guerra interna de emoções que minam.