Filete de sangue

Entre os lírios brancos, adormece.

Que agonia,incurável tristeza

Ver palpitar no seu corpo a fraqueza

Enquanto a vida de ti se esquece.

Desce do seu olho lagrima que enrubesce,

É um filete de sangue diante da certeza,

A morte chegou, arrasando a efêmera beleza

De estrela senil radiante que enegrece.

Falta no seu rosto áspero,o riso,

Pudera, a morte se instalou em ti sem aviso

Do que adianta dizer “não se zangue,”

Se não pode dar um abraço de consolo,

A tumba em que moras tem apenas a fenda no tijolo,

Para escorrer seu filete de sangue.

Valéria Leobino
Enviado por Valéria Leobino em 04/06/2012
Código do texto: T3705844
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